sábado, 19 de outubro de 2013

Síria e as Duas Esquerdas








O que me surpreende nestas duas imagens são dois partidos de Esquerda defendendo posições opostas quanto à questão da Síria.

Tá na cara que há duas "Esquerdas". Uma Esquerda legítima, que se preocupa com o povo e luta pelo direito das nações de existirem pacificamente - A Esquerda chamada jocosamente de "Comuna" pela Direita Raivosa - E uma "Pseudo-Esquerda", formada por esquerdistas confusos que não sabem o que defender, infiltrados e corruptores. Uma Esquerda que se preocupa mais com a política do que com o povo, usando a política como um fim, e não como um meio. Essa Esquerda, alinhada com o Imperalismo, é uma maçã podre que, se não removida a tempo, vai estragar todo o cesto. Essa "Pseudo-Esquerda" acaba fornecendo munição argumentativa para a Direita Raivosa que, se lhes fosse permitido, sairia às ruas para matar qualquer um vestido de vermelho.
Seus integrantes estão confusos e não entendem o básico de Socialismo, luta de classes, e acham que se o seu partido está alinhado contra o regime de Assad, por exemplo, está certo.
Seus líderes foram comprados pela Direita ou são infiltrados, com um único objetivo: Desmoralizar o Socialismo e qualquer ideologia de Esquerda, destruindo-os politicamente.

É necessário voltar a ensinar aos Socialistas o que é o Socialismo, o que é a Esquerda. Para evitar que caiam nessas armadilhas.

Sobre a Síria:
A Síria tem sido governada pela família Assad desde 1963, sob as normas do partido socialista Baath. O Baath é um partido absolutamente laico e nacionalista, que tem como uma de suas políticas o respeito a minorias étnicas e religiosas. A maioria doa muçulmanos da Síria são da vertente Sunita, e conviviam harmonicamente com Alauitas, Cristãos, Druzos e os 90% de árabes conviviam bem com os 10% de curdos.

A Síria sempre foi a favor dos Palestinos, e lutou algumas vezes contra Israel (Uma delas, defendendo o Líbano). Não está controlada por grandes banqueiros, não segue a "Agenda da Elite", o partido no comando é um partido Socialista (Assim como era no Iraque de Saddam Hussein e na Líbia de Muammar Kadhafi) e não se submete aos EUA. Não é à toa que querem derrubar Assad. Claro, tem a questão do gasoduto e do petróleo, também...


A Primavera Árabe (Uma primavera cheia de espinhos, me permita a opinião) deflagrou protestos violentos no Egito e uma guerra civil na Líbia e na Síria. Na Líbia, a OTAN massacrou pelo ar e isso facilitou a vitória dos "rebeldes" (Na verdade, mercenários vindos de todos os cantos do Mundo Islâmico e também do Mundo "Ocidental") e a instalação de um governo-fantoche dos EUA. Só que o povo sírio viu os efeitos do que houve na Líbia, e imediatamente manifestou seu apoio ao presidente, Bashar Al-Assad. Os mercenários vieram, sob a bandeira de um tal "Exército Lívre Sírio" que tem tudo, menos sírios.

Sobre o "Exército Livre Sírio":
Financiados pela Turquia - Uma vergonha, pois a Turquia também é um estado laico -, pela Arábia Saudita, pelo Qatar, por Israel e pelos EUA, esses mercenários, na maioria das vezes extremistas islâmicos, cometem barbaridades em lugares tomados por eles. Decapitações são destino comum aos prisioneiros. Muitos desses mercenários são membros de células da Al-Qaeda, o que chega a ser um paradoxo, os EUA financiando terroristas da Al-Qaeda. Mas vá entender a política americana...



quarta-feira, 24 de julho de 2013

Exclusivo: Em entrevista, policiais revelam como agem os grupos de extermínio em SP



Pirateado do blog do Gilson Sampaio, por sua vez, sanguessugado do Fórum

Agentes afirmam que esquadrões de morte são organizados por policiais de “patente alta” e há envolvimento de políticos

Igor Carvalho


Dois policiais militares foram convidados a participar de grupos de extermínio que se organizam dentro da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Ao recusar o convite, passaram a ser perseguidos dentro da corporação. P1 e P2, como serão chamados nessa matéria, estão ameaçados de morte, sofrem com escalas desumanas de trabalho e seguem isolados dos demais companheiros.


(Marcelo Camargo/ABr)

P1 e P2 aceitaram falar, sob condição de anonimato, com Fórum. Foram necessários três encontros sem qualquer entrevista gravada, apenas negociando. Somente na quarta reunião, em um local reservado, no interior de São Paulo, os agentes decidiram falar. Foram mais de três horas de entrevista, com acusações que revelam uma estrutura corrompida e precária da Polícia Militar.

Os agentes afirmam que os oficiais de “patente alta” são responsáveis pela imagem ruim da corporação. Para P1 e P2, a perseguição a cabos, soldados e sargentos é equivocada.  Os assassinatos feitos por encomenda e o envolvimento com comerciantes, para prestação de serviços de segurança, tem aval de policiais de alta patente. “A coisa é grande, é gente grande, tem político envolvido no meio.”

Os números mostram que ações violentas fazem parte do cotidiano das polícias paulistas. De 2001 até 2011, policiais em serviço ou em folga foram responsáveis pela morte de 6.809 pessoas, no estado de São Paulo. A cifra é quase o dobro do total de civis mortos por agentes americanos em todos os estados dos EUA no mesmo período. Os índices fizeram com que, em maio de 2012, o Conselho de Direitos Humanos da ONU sugerisse ao Brasil a extinção da Polícia Militar.

Em 2012, 547 pessoas foram assassinadas em confronto com a Polícia Militar no estado de São Paulo. Os casos são registrados com o “auto de resistência seguida de morte”. “Está tão na cara que não é verdade, que não tem mais quem acredite. Se os oficiais inventarem esse teatro para se proteger nada acontece”, afirma P2, sobre os autos. Além dos números oficiais, há uma quantidade grande de homicídios que também podem ser responsabilidade de grupos de extermínio.

Confira a entrevista abaixo:

Fórum - Existe grupo de extermínio dentro da PM, no estado de São Paulo?
P1 - Sim, existe.

Fórum - Como operam esses grupos?
P1 - Como posso falar? Existem vários interesses que vem desse pessoal, dos comandantes, de querer algo em troca. É muita autoridade que dão para eles. Ou seja, ele comanda uma área, essa área é subordinada a ele, que é o chefe, passa atribuições, passa tais serviços e coloca você para trabalhar para outras pessoas. É ele que vê para onde a viatura vai ter que se deslocar, quem vê em quais comércios as viaturas vão ficar. Se você for contra os ideais do comando, é colocado em um pelotão em que vai ter que fazer alguns serviços desumanos, questão de horas de serviço, a sua escala vai ser pior, é um jogo mental. As pessoas que fazem o que eles [comandantes] querem, tem melhor escala, se tornam protegidos.

Fórum- Fazer o que eles querem, é participar de grupos de extermínio?
P1- Isso. Se for o caso, se for chamado para isso. Se você vê alguma coisa e delatar, sua família e você vão correr risco também.P2 - O que você quer saber é o seguinte: Tudo começa com os oficiais, não com a gente aqui embaixo. São oficiais, grandões. Quem comanda isso é gente de patente alta, todo mundo está enganado. Todo mundo só averigua soldado, cabo, sargento e até um tenente, mas não é, é coronel, é capitão e major. A coisa é grande, é gente grande, tem político envolvido no meio.

Fórum - Que tipo de político está envolvido no meio?
P2 - Você quer um exemplo? Na minha unidade tem um sargento que é o capanga de um político, ele é o testa de ferro dele. Esse cara se tornou o escalante na minha unidade, ele coloca a viatura aonde quer. Se os caras vão fazer algum tipo de serviço sujo em determinado local, ele tira a viatura dali e coloca em outro lugar.

Fórum - “Se os caras”? Quem são os “caras”?
P2 - Oficiais. Capitão e major. Ou mesmo o político. Então, é isso que acontece, só gente grande. Se nós fizermos algo, acabou pra gente, estamos numa situação de escravidão. Eu e o colega [outro policial presente na entrevista] estamos numa situação de escravidão. Estamos passando justamente o que você está perguntando, se a gente não participa [grupos de extermínio], a gente não presta.

Fórum - Vocês já participaram?
P2 - Não e não quero.

Fórum - O que acontece com quem se recusa a participar dos grupos de extermínio?
P2 - Sofre como estamos sofrendo: tortura psicológica, escalas, eu fui trancado numa sala, fui trancado por um sargento, porque estou afrontando um oficial, e ele é o braço direito desse oficial.

Fórum - Mas já te intimaram a participar desses grupos?
P2 - Já. Você não tem noção do que é isso aí, é uma máfia, pior do que o PCC. Você não tem noção do que é isso aí por dentro.

Fórum - Que tipos de interesses estão por trás desses grupos?
P1 - Começa com uma coisa de injustiça. Os policiais percebem que estão fazendo a coisa certa, mas os bandidos estão sempre saindo pela porta da frente. Aí começa o seguinte, a pessoa quer fazer justiça com a própria mão, aí a pessoa perde aquele ideal de proteção à sociedade e passa a oferecer perigo. Tem o envolvimento com o comércio, se torna um negócio, porque o cara tá precisando de um “serviço” e falam “ah, tem um cara aí que faz”, aí o cara já matou 10, 12, 15, começa a se tornar esse comércio de vidas.

Fórum - Estamos vendo chacinas nas periferias da cidade e na Grande São Paulo. Não me parece que a motivação seja só comercial.
P2 - Aí o problema é social e de governo. O governo tem autoridade para dar aumento para os “polícia”, dar rádio, armamento, comunicação, mas ele não faz. O governador não gosta de polícia, ele só pisa em polícia. O “polícia” está na rua imprensado, o povo não gosta de polícia e o governo não ajuda, é confronto direto, o que o camarada faz? “Não tem jeito, vou ter que partir para aquilo, vou ter que fazer”, e aí começa. Mata um, mata dois, mata dez.

Fórum - Ganha gosto em matar?
P2 - Tem gente que mata por gosto e tem gente que mata por necessidade. Veja bem: esse sargento que eu falei corre com gente errada, vagabundo e político. Aí ele ganha poder e ameaça os policiais da corporação. Chega na gente e fala: “Você tem filho e você tem pai, vou te matar”. “Ah, o senhor vai matar?”. Antes de o cara me matar, eu mato ele. Aí começa. Aí é um negócio que não para mais, porque aí você precisa matar outro, e outro, e não para mais. E tem aqueles que fazem por dinheiro. Esse sargento ameaçou de morte onze pessoas, tem uma firma em que o cara contratou ele. Funciona assim, o dono da empresa não quer pagar os direitos dos funcionários, ele contratou uma policial feminina e um policial, e eles foram nessa firma. Tem uma sala para eles, eles foram fardados e de viatura. O sargento recebe os funcionários, coloca a arma na cabeça e fala: “Se você não pedir a conta, eu mato você”, e ele mata mesmo. Esse cara não trabalha na rua, trabalha “interno”.

Fórum - Porque vocês acham que morre tanto negro na periferia?
P1 - O que acontece é o seguinte, a Polícia Militar de São Paulo é uma instituição forte, em que todo mundo tenta cumprir o certo. Isso que está acontecendo são pessoas de má índole que estão querendo acabar com a instituição. Mas veja bem, quem teria que fazer as coisas, não faz, foram lá fazer acordo com o PCC, com o Marcola. É uma instituição que tem como melhorar, mas as pessoas de patente alta não ajudam, não é todo mundo, não podemos generalizar.

Fórum - Como atua um grupo de extermínio?
P2 - Os “patente alta” têm uma equipe deles, de Força Tática, de RP, ou de Administração, eles têm os caras de confiança. Então, o que acontece, ele é o escalante, coloca uma viatura onde quiser, sai e manda o pessoal fazer o trabalho e tira as viaturas de perto.

Fórum - Então, se determinado oficial quer fazer uma ação em determinada área, ele tira as outras viaturas da região para poder atuar?
P2 - Isso. Mas é só nego grande, não é gente pequena. Sargento é pequeno, essa máfia é coisa pesada.

Fórum - O que vocês sentem, quando veem a forma como a Polícia Militar vem sendo tratada, com tanto descrédito?
P2 - Eu sinto pena, porque entrei na polícia para ser polícia, não vagabundo, vagabundo tem demais na rua. Então, assim, estou indignado porque o certo é errado, e o errado é certo e isso está prevalecendo, ou seja, estou sendo acusado por oficiais de fatos que não cometi, não tenho como provar, estou dependendo de advogados, pagando esses advogados.

Fórum - Tudo isso porque não quis participar desses…
P2 - É. Eu fiz o certo, fiz tudo que está na lei, afrontei um oficial grande, que não gostou de minha atitude. Estou sendo perseguido, humilhado, não tenho escala, sem ambiente social, estou sendo ameaçado e passando necessidade na minha casa.

Fórum - Quando o governador do estado coloca alguém que já comandou a Rota e que tem algumas mortes nas costas, para comandar a Polícia Militar, vocês sentem que, de alguma forma, quem está dentro pode entender que é uma carta branca para matar nas ruas?
P2 - De todo jeito tem [essa carta branca], com ou sem ele.

Fórum - Existem grupos de extermínio fora da capital e Grande São Paulo?
P2 - Sim, mas a maior pegada é na Baixada Santista, a Baixada é pior.

Fórum - A corregedoria e a Polícia Civil investigam o que acontece internamente, na Polícia Militar?
P2 - Só soldado e cabo. Foi o que eu falei, se eles fizessem um pente fino nos oficiais, vocês iriam se surpreender, não têm noção do que acontece ali dentro.
P1 - Vocês sabiam que em 2006, quando começaram os ataques do PCC, os oficiais alugaram quartos em um determinado hotel de Sorocaba e ficaram se protegendo lá, enquanto que o policial e sua família estavam morrendo?
P2 - Presta atenção em algo: o governo quer colocar a população contra a PM. Ele quer, não, está conseguindo fazer isso.

Fórum - Como fica o policial que tenta ser correto, ao ver tantos policiais que estão morrendo na rua?
P2 - Revolta. É desmotivação.
P1 - Seus ideias começam a se perder. Como vou dar segurança para a sociedade, se estou correndo risco de morrer? Começa a ocorrer uma guerra interna na corporação. Pô, você sai para fazer o patrulhamento e a cabeça fica pensando na mulher que tá em casa, no filho na escola.

Fórum - Qual o perfil do policial que atua em grupos de extermínio?
P1 - Calmo, bem sossegado, você nem imagina que ele seja capaz de fazer esse tipo de coisa.
P2 - E é oficial, patente alta.

Fórum - Se não partir do governo ou da Secretaria de Segurança Pública, não haverá mudança?
P2 - Não terá. Ou o governo limpa o alto escalão da PM, ou vocês não vão conseguir acabar com os grupos de extermínio. Tudo vem de lá, lá de cima. Ou limpa-se o alto escalão da PM, ou não haverá jeito.

Fórum - Nunca houve, dentro da unidade, uma tentativa de denunciar e se levantar contra tudo isso?
P1 - Estamos sufocados, não tem como. Se você abrir a boca, vai para o Presídio Romão Gomes, direto.

Fórum - Vocês pensam em sair da polícia?
P2 - Várias vezes.
P1 - Bastante.

Fórum - E porque vocês ficam?
P1 - É a vontade de fazer o correto, ainda acredito no ideal da Polícia Militar. A coisa mais gostosa do mundo é quando alguém está passando uma necessidade e você pode ajudar, aí depois a pessoa te procura e agradece pelo que fez.
P2 - Para que você tenha uma ideia do que estamos sofrendo. Você já pesou na balança que o que esses oficiais querem é a mesma coisa que o PCC quer? Você já parou para pensar que os policiais que morreram é tudo praça? Não tem oficial. Por que? O que nos chegou é que o acordo determinava que morressem somente praças (patentes baixas) e em dia de folga. Sabe por que? Para o governo não pagar os R$ 100 mil que a família tem direito, porque se morrer fardado tem que pagar o seguro que é R$ 100 mil.

Fórum – O comando da Polícia Militar, hoje, faz parte desse contexto do crime organizado em São Paulo?
P2 - Ele é o cabeça do crime organizado. É simples: o comandante da Polícia Militar, como ele visa lucro? Multa. A Rodoviária (Polícia) tem uma meta de multa, se não fizer aquele número ele tá fodido. Se não fizer, é cana.

Fórum – Vocês identificam que no comando da Polícia existem pessoas que enriqueceram em um nível que não é compatível com o que ganham?
P2 - (risos) Um monte.
P1 - Eles têm motorista particular. Tem notebook, celular, Nextel, carro, que ganham de parceiros, tudo de graça.

Fórum – O que vocês pensam da Rota?
P2 - É um mal necessário. Porque o governo descambou, desmoralizou a Polícia Militar. A Rota chegou ao extremo, em sua atuação, devido ao comando. O governo usa a Rota como se fosse escape, perdeu o controle.

Fórum – A PM é treinada para proteger ou matar?

P2 - Hoje, para porra nenhuma. Nem treinamento temos, nem bota para trabalhar eu tenho.

Fórum – O Tribunal de Justiça Militar intimida alguém? Como é a atuação do TJM?
P2 - Só tem coronel lá dentro. Qual deles tem curso de Direito? Alguém é promotor ou juiz lá? Quantos policiais inocentes, que não quiserem pertencer a máfia foram parar lá e eles condenaram? Para que existe isso, esse TJM? Para o alto comando não existe lei, a lei é eles. Eu quero saber porque oficial não é mandado embora da PM quando comete um crime? Porque o soldado é expulso e condenado, enquanto o oficial é transferido?

Fórum – O auto de Resistência Seguida de Morte está sendo usado da forma correta ou banalizou?
P1 - Até a gente lá dentro desconfia.
P2 - Está tão na cara que não é verdade, que não tem mais quem acredite. Se os oficiais inventarem esse teatro para se proteger, nada acontece. Porque a corregedoria da Polícia não investiga policiais? Oficial ganha R$ 20 mil por mês? Ganha carro? Eu soube que oficiais ganharam carros da Honda. Por que a corregedoria não bate pesado lá em cima?

Nota do Ravengar: A coisa está pior do que eu pensava, a polícia está sendo usada como nos tempos da Ditadura. Uma máfia armada que age de acordo com interesses dos políticos e empresários capitalistas. Por iso os políticos que são presos são logo liberados. Por isso que os filhinhos de papai criminosos deixam a delegacia jogando beijinho pra câmera, debochando do povo e de suas vítimas. Não é porque eles têm bons advogados: ELES NÃO PRECISAM DE ADVOGADOS!

A revolução virá, e a limpeza dessas instituições será árdua, mas acontecerá.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Conheça os 'acampamentos da miséria' nos EUA, país mais rico do mundo

Crise leva milhares de sem-teto a passar inverno em barracas.

A BBC visitou nos Estados Unidos alguns acampamentos de sem-teto, cada vez mais numerosos no país desde o início da crise econômica que explodiu em 2008.
Dados oficiais apontam que cerca de 47 milhões de americanos vivem abaixo da linha pobreza e este número vem aumentando.
Atualmente há 13 milhões de desempregados, 3 milhões a mais do que quando Barack Obama foi eleito presidente, em 2008.
Algumas estimativas calculam que cerca de 5 mil pessoas se viram obrigadas nos últimos anos a viver em barracas em acampamentos de sem-teto, que se espalharam por 55 cidades americanas.
O maior deles é o de Pinella Hope, na Flórida, região mais conhecida por abrigar a Disney World. Uma entidade católica organiza o local e oferece alguns serviços aos habitantes, como máquinas de lavar roupa, computadores e telefones.
Muitos acampamentos são organizados e fazem reuniões para distribuição de tarefas comunitárias. Para alguns com poucas perspectivas de encontrar trabalho, as barracas são habitações semi-permanentes.
Mofo
Várias destas pessoas tinham vidas confortáveis típicas de classe média até pouco tempo atrás. Agora deitam sobre travesseiros tão mofados quanto suas cobertas, em um inverno no qual as temperaturas baixam a muitos graus negativos.
"Esfregamos literalmente nossos rostos no mofo toda noite na hora de dormir", diz Alana Gehringer, residente de um acampamento no Estado de Michigan, ao programa Panorama da BBC.
O agrupamento de 30 barracas se formou em um bosque à beira de uma estrada, no limite do povoado de Ann Arbor. Não há banheiros, a eletricidade só está disponível na barraca comunitária onde os residentes se reúnem ao redor de uma estufa de madeira para espantar o frio.
O gelo se acumula nos tetos das barracas e a chuva frequentemente as invade. Mesmo assim, cada vez pessoas querem morar ali.
A polícia, hospitais e albergues públicos ligam com frequência perguntando se podem enviar pessoas ao acampamento.
"Na noite passada, por exemplo, recebemos uma ligação dizendo que seis pessoas não tinham vaga no albergue. Recebemos de 9 a 10 telefonemas por noite", diz Brian Durance, um dos organizadores do acampamento.
A realidade dos abrigados da Flórida e de Michigan é a mesma em vários lugares.
Na segunda-feira, Obama revelou planos de aumentar os impostos sobre os mais ricos. "Queremos que todos tenham uma oportunidade justa."
O presidente americano mencionou os que "lutam para entrar na classe média". Em Pinella's Hope, em Arbor e em outros dezenas de locais no país, além dos que querem entrar na classe média, há os que foram expulsos dela pela crise e que desejam voltar. 

Fonte: Estadão, via BBC

Opinião do Ravengar: Um país tão pujante, tão poderoso, um colosso militar, uma fábrica de gênios, uma terra de bilionários, o centro da Cultura Ocidental, que tomou para si unilateralmente o garbo de "Polícia Mundial"... E, no entanto, sua população sofre. São cidades que estão desaparecendo do mapa, como Detroit, outrora meca da indústria automobilística americana - Hoje a maioria dos carros "americanos" é feita no México - são casas sendo vendidas desesperadamente a preços mais baixos até que computadores topo de linha, são crianças americanas passando fome - E adultos, também - e com uma saúde pública pior que a do Brasil, porque a quase totalidade dos serviços de excelência de saúde dos EUA é privada, e uma simples cirurgia pode levar uma família americana à falência.

Só existe UMA solução, ainda que moralmente dolorosa, para o povo dos EUA voltar a ter uma vida digna: Cada região seguir o seu curso, independente.
Isso mesmo, meus amigos. Separatismo. Somente como nações independentes, as regiões dos EUA poderão superar essa crise e devolver a dignidade a todos os seus habitantes. Não há sentido em sustentar um colosso apodrecido por dentro.

Separando os Estados Unidos, resolver-se-ão todos os problemas dos que antes moravam nos Estados Unidos.
E dos que moram em todos os outros países do mundo, por tabela.

sábado, 15 de junho de 2013

Artigo - A Gota que Faltava

Bêbado, de novo. Chegou tarde, cheirando a bordel. Tentou acordar a mulher às duas da madrugada, perguntou pela janta, pediu que estendesse a mesa. Ela não ouviu, embotada de sono. Resolveu despertá-la com um soco. Desferiu sem dó. Ouviu um choro ressentido, esqueceu da fome e dormiu. No dia seguinte, não foi trabalhar.


Semana passa e ela sempre perdoa. Capricha na maquiagem para disfarçar o hematoma. A rotina se repete por anos. Vamos tentar de novo, só mais uma vez, só mais uma vez.

Ela chega do trabalho cheia de planos. Queria contar das possibilidades que se abriram na empresa, queria ter alguém com quem se abrir. Ela tenta de coração, ele se faz de surdo e continua assistindo TV. Qualquer reprise é mais interessante do que essa ladainha. Há anos é assim, por que ela ainda não aprendeu?

Poucas horas depois ele quer sexo. Ela quer carinho. Esboça uma tentativa de beijo, afaga a nuca, sempre cuidadosa com a lingerie. Ele não liga. Tira a roupa, ele diz. Impotente, ela tira. Aqui não tem tapinha para dar um grau no tesão. É um sexo com gosto de surra.

Festa da família ele não vai. Casa de amigos ele não vai. Quem decide o programa é ele. Faltou dinheiro esse mês, ele vende a louça que ganharam no casamento. A cristaleira que ela amava tanto, presente de vó. Sem consulta, sem dor na consciência. Ela reclama, ele atira pratos na parede. Com um dos cacos, corta o braço dela. Ele achava graça em como a pele dela era frágil. Você é tão fraca, ele dizia.

Acordam juntos, ele vai tomar banho. Sai do chuveiro, deixa a toalha molhada em cima da cama e vai trabalhar. Toalha molhada. De novo. De costas para a cama, ele se veste. Ela pega o abajour de porcelana, silenciosamente. Pé ante pé. Golpeia-o na cabeça. Ele cai, desmaiado, e ela não se cansa de bater, enfurecida. Grita até perder a voz. A poça de sangue se forma, mas é coisa pouca perto do rio de mágoa que mora dentro dela.

No dia seguinte, a vizinhança inteira comenta:
“Maldita a mulher que mata o marido por conta de uma toalha molhada.”

“Maldito o povo que se revolta por conta de 20 centavos.”


Link YouTube
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Fotos e vídeos do artigo vieram desse tumblr, que está sendo atualizado constantemente com mais fotos e vídeos dos manifestos.
Eduardo Amuri

Fascinado por cultura, viagens, pessoas e mudanças. Estuda a relação do homem com o dinheiro e dedica-se a entender de que maneira nosso potencial financeiro pode ser utilizado para transformar nossas vidas. Está para o que vier. | www.amuri.com.br

Via Papo de Homem

terça-feira, 11 de junho de 2013

Tutorial em vídeo: "Como filmar a Revolução"

Opa, fui rápido desta vez, hein?
Aqui está mais um vídeo destinado a tutoriar pessoas para ativismos, reivindicações de direitos, e fazer florir a "Primavera Brasileira".
Mais postagens em breve.

Guia moderno do Ativismo Social

Para você que pretende enfrentar a Tropa de Choque da Polícia, em protesto ou reivindicação a seus direitos,apresento este vídeo que encontrei em uma comunidade do Facebook.



E, em breve, mais informação útil sobre ativismos.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Bandido bom, é mesmo bandido morto? (2)

Encontrei este vídeo do Cauê Moura nas minhas andanças pelo Youtube. Apesar do tom escrachado, ele disse umas boas verdades aí.
A mais relevante foi uma frase, que não sei se era dele, ou se era de alguma outra pessoa, mas era esta:
"É muito fácil se orgulhar de uma honestidade que nunca foi posta à prova."

Uma vez uma pessoa escreveu que quem mais sabe das coisas do reino é o bobo-da-corte, porque ninguém lhe dá importância, falando tudo à sua frente, e ele podia falar o que quisesse da nobreza ou da plebe sem temer sofrer represálias. Afinal, era só um "bobo".

Os bobos de ontem são os palhaços e comediantes de hoje que, entre uma piada e outra, soltam verdades dignas de reflexão. E, por serem comediantes, e estarem nas "rodas", sabem de certas coisas que talvez nós não saibamos.

Fiquem com o vídeo:



sexta-feira, 24 de maio de 2013

O Que é o Castilhismo-Trabalhista?

 O Castilhismo surge como evolução histórica da tradição pombalina(modelo administrativo de Marquês de Pombal) na segunda metade do séc. XVIII, quando moderniza a estrutura do Estado em Portugal, substituindo a concepção religiosa de gestão do Estado pelo científico, como sustentáculo do poder político.

Assim sendo o administrador(governante) deveria gerir e explorar adequadamente os recursos disponíveis segundo uma metodologia científica, ao qual inspiraria não só a ação do governo(política) como as relações entre os homens(moral).

Trata-se da Tecnificação do Estado administrado por parâmetros científicos, a meritocracia dentro da Administração Pública, o absoluto respeito e probidade a coisa pública, marcas profundas dos governos castilhistas(Castilhos, Borges de Medeiros, Vargas, Goulart e Brizola).

É sobre esse estrado de concepção científica do modelo de administração do Estado (permeado no Brasil pela Real Academia Militar - 1810, ulterior Escola Politécnica) que inspirarão os Republicanos na promoção da República. O Positivismo é abraçado, não por carência ideológica, mas por convergir com a tradição nacional e de par com os anseios nacionalistas forjam o modelo republicano brasileiro em antagonismo ao Império com sua política liberal e posteriormente nos embates contra os que sustentavam modelo estadunidense(liberal).

Com a rejeição do projeto constituinte(Positivista) de Miguel Lemos e Texeira Mendes, a bancada cafeicultora(majoritária no parlamento) impõe um modelo republicano liberal. Contudo, Júlio de Castilhos levaria para o Rio Grande do Sul oque deveria ter sido a Constituição do Brasil idealizado pelos republicanos históricos, que se materializa na Constituição de 1891 do Estado do Rio Grande do Sul, que se designou chamar: "Castilhista", vigorando durante quase 4 décadas, tendo inclusive Getúlio governado com ela. Fazendo do Rio Grande do Sul, antes um Estado pobre e atrasado, já em fins do Séc. XIX na segunda maior economia do País e o de menor índice de analfabetismo.

Concomitante a esse processo que ocorria no Rio Grande, à nível nacional esse ideário republicano de matiz positivista e nacionalista se coagunava no que se designou chamar de "florianismo", quando do surgimento dos Batalhões Patrióticos durante a revolta da armada, os clubes jacobinos pelo país a fora compostos exclusivamente por brasileiros natos, que deram origens aos batalhões, espécie de milícia organizada para defender a República e difundir seus ideais organizando reuniões, protestos, atos bélicos, com uma imprensa atuante e disseminada por todo País.

Do pensamento "jacobino"(designação imprópria que não reflete o brasileiro) será incorporado os princípios democráticos, de tomada de decisões em praça pública, e participação direta dos cidadãos nos negócios públicos (um escamotiamento do pensamento positivista do “dictador perpétuo”), isso ocorre como adaptação as instituições republicanas, materializada na Constituição do Rio Grande do Sul de 1891, que susbtitui a figura do "dictador perpetum" de Commte e estabelece a reeleição ilimitada no cargo de Presidente(atual governador) do Estado.

Outro aspecto incorporado, será o militarismo também rejeitando o pensamento pacifista dos positivistas ante a necessidade de defesa militar contra os levantes liberais (“Revolução Federalista” e a “Revolta da Armada”), bem como o expansionismo imperialista das potências na época(tentativa de invasão do Amapá pelos franceses e da ilha de Trindade pelos Ingleses).
Acusada de "autoritária", sem razão, por seus opositores(liberais), a Constituição Castilhista prima pela Democracia Direta, com a institucionalização de mecanismos de participação direta da população nas tomadas de decisões políticas, tal como referendos e plebiscitos populares:
"... O Estado do Extremo sul, guiado pelo seu grande organizador(referência a Júlio de Castilhos) [....] ergueu dentro do sistema da Constituição Federal, um regime institucional em que admiravelmente se consorciam a autoridade com a liberdade. Melhor compreendendo a natureza do regime presidencial, instituiu um poder executivo forte, facultando-lhe, sem receio, consagrar e manter as mais amplas franquias liberais". "Lá [no Rio Grande do Sul] o Presidente do Estado propõe a lei que toma a forma plebiscitária, com a publicidade ampla, a colaboração direta do povo na apresentação de emendas e referendum dos Conselhos Municipais....” – Getúlio Vargas.
Durante mais de quatro décadas, o castilhismo testou com sucesso, a consulta plebiscitária. O castilhismo valoriza enfaticamente os processos democráticos diretos, como os empregados na antiga Grécia e Roma, consideradas superiores a "democracia" representativa dos liberais. O plebiscito é a forma ideal de consulta popular, eliminando dessa forma a influência perniciosa dos representantes oligárquicos reunidos na assembléia legislativa. Estabelecendo uma relação direta entre cidadãos e governante, propiciando assim, isenção para o Executivo governar em favor do bem comum.
Com a Revolução de 30, o projeto castilhista chega ao poder e inicia a modernização do Estado Brasileiro, atrasado em mais de quadro décadas.
“A época é das assembléias especializadas, dos conselhos técnicos integrados à administração. O Estado puramente político, no sentido antigo do termo, podemos considerálo, atualmente, entidade amorfa, que, aos poucos, vai perdendo o valor e a significação." - Getúlio Vargas. Discurso em 4-5-1931.
É a Tecnificação do Estado, gerido sob parâmetros científicos, a representação política é substituída pelos Conselhos Técnicos integrados à administração pública. A tarefa legislativa não pode ser entregue a parlamentares(que defendem interesses particularistas contra a coletividade) mas à órgãos técnicos. Os técnicos elaboram as normas legais; os interessados são convidados a opinar; e o governo intervém para exercer função mediadora e impor uma diretriz, um rumo. Em vários níveis essa modalidade achava-se institucionalizada nos Conselhos Técnicos, que posteriormente deveriam ser submetidos a referendos populares como expresso na Constituição de 1937 em seu art. 63, que versava sobre o poder decisório do Conselho da Economia Nacional – CEN (de feição corporativa), ao atribuir ao povo via plebiscito “poderes de legislação sobre algumas ou todas as matérias de sua competência”, o velho gosto castilhista pela democracia direta. Esse esvaziamento do poder decisório da CEN, foi a razão do rompimento de Francisco Campos com Vargas. 
A proposta corporativista de Francisco Campos foi descartada, em virtude dos elementos não modernizadores que implicava. A idéia de Campos de que “O Estado assiste e superintende mediante o Conselho de Economia Nacional, de feição corporativa”, só intervindo para assegurar os interesses da Nação, impedindo o predomínio de um determinado setor da produção, em detrimento dos demais”, implicava, no terreno econômico, uma perda de forças do Estado empresário e centralizador da tradição castilhista.
Para Vargas era inaceitável a idéia de um Estado patrimonial modernizador, que entregasse às corporações o aspecto fundamental da administração da economia. Isso equivaleria, no mínimo, a um retrocesso que fortaleceria de novo a ascensão dos interesses particularistas.
O Estado getuliano deglutiria, no entanto, a idéia corporativista, libertando-a do vezo romântico presente na proposta de uma economia administrada organicamente pela Nação, e inserindo-a no contexto do Poder central forte e modernizador.
Com a Constituição de 1937 se materializa o sonhado modelo Republicano Brasileiro que desde 1891, com a fundação da República, deveria ter sido instituído no Brasil, inspirada na Carta de 14 de julho de 1891 do Rio Grande do Sul, sob a qual Getúlio inclusive governou quando Presidente(atual cargo de governador) do Rio Grande do Sul. Mal nasceu, a briosa Carta de 37 não terá 7 anos de vida quando sobrevém o golpe com a deposição de Getúlio em 45.
Com o golpe que depois Getúlio, pondo fim ao Estado Novo, Getúlio tratou de organizar o PTB - Partido Trabalhista Brasileiro, afim de preencher a lacuna de representação dos trabalhadores no novo cenário político que se formava. É com a adesão de Getúlio ao PTB, que o trabalhismo incorpora o ideário nacionalista de Vargas. O PTB não será apenas um meio para pleitear reivindicações trabalhistas, ele será o próprio bastião de defesa do projeto político de Vargas para o Brasil é oque podemos chamar apartir de então de Nacional-trabalhismo Brasileiro.

Características do Estado Castilhista

1. Concentração de Poderes no Executivo, acabando com a chantagem do Parlamento(Congresso/assembléias), históricamente reduto da oligarquia.;

2. Mecanismos de Participação Direta como Plebiscitos e Referendos populares de forma obrigatória, estabelecendo um elo direto entre Executivo e povo(escamoteando mais ainda o poder do parlamento para desespero dos oligárcas);

3. Estado Intervencionista (como já citado), mas não só na área econômica mas também como educador, zelando pela moralização pública(não condundir com moral religiosa mas com a "RES(Coisa) PÚBLICA", coisa pública, a probidade com a coisa pública, bem como a ética dos seus cidadãos, a promoção da cidadania. Na seara econômica melhor aclarando trata-se do Estado Empresário não só regulando e intervindo ocasionalmente na econômia, mas sobretudo atuando diretamente no domínio econômico através de Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista geridas pelo Estado, traduzindo-se ainda na Planificação da Economia (Getúlio reiteradas vezes batia nesse ponto como fator primordial). Soma-se a isso a promoção dos Direitos Trabalhistas, intermediadas por um órgão estatal(Justiça trabalhista) na mentalidade Liberal e mesmo social-democrata as relações sociais devem se operar segundo composições de forças por meio de seus representantes, o Trabalhismo se opõe a isso segundo o qual as relações sociais devem ser intermediadas pelo Estado. 


Fonte: Ressurreição Nacionalista


Opinião do Ravengar: Este me parece ser um movimento Nacionalista autêntico, sem aquelas viadagens de caras andando de preto e vestindo coturnos, com caveiras e outros símbolos de morte, pregando ódio a quem pensa diferente deles (Ou tem a aparência diferente da deles). Não, este Nacionalismo despertou meu interesse, inclusive por possuir muitos paralelos com o Nacional-Socialismo alemão e o Shinto japonês. E é o primeiro movimento Nacionalista brasileiro moderno sem viés anti-Comunismo, pró-Israel e outras babaquices plantadas por Washington.
Vou ficar de olho no movimento e suas postagens serão seguidas aqui. Esse movimento Nacionalista parece realmente defender os reais interesses do Brasil.

Ou você prefere confiar nos camaradas abaixo?...

segunda-feira, 20 de maio de 2013

A quem interessa o Brasil dividido

Marcos Coimbra

vinheta-opiniao-forte Denominamos de “países-baleias” os quatro países (Brasil, China, Índia e Rússia, componentes do grupo Bric), em virtude de disporem de gigantescas extensões territoriais e enormes mercados populacionais com crescente poder aquisitivo e qualidade de vida. É evidente que os EUA ainda são a potência hegemônica mundial e, mesmo com sua decadência, ainda terão grande importância, bem como a União Européia, no contexto internacional, além do ascendente Bric.
A China já é a segunda economia do mundo, detentora de apreciável poder militar. A Índia e a Rússia estão entre as dez maiores economias do mundo e também possuem elevado poder militar.
Em uma análise prospectiva, apesar de termos a sétima economia do mundo, vasta extensão territorial, abundantes recursos naturais existentes, da água ao titânio, passando agora pelo petróleo, além de um povo ordeiro e trabalhador, a fragilidade da expressão militar do Poder Nacional constitui uma vulnerabilidade preocupante.
De fato, há um plano arquitetado pelos “donos do mundo” de enfraquecer as Forças Armadas dos países emergentes, sufocando-as de todas as maneiras, financeira, econômica e moralmente.
É proibido o acesso à moderna tecnologia bélica, seja no tocante a engenhos nucleares, seja na área espacial. O trágico episódio da explosão do terceiro VLS brasileiro, com a perda de 21 mártires, é emblemático.
Até jatos supersônicos são proibidos. Fabricação de mísseis, nem pensar. Até a proibição da comercialização de armas e munições queriam impor ao povo brasileiro. As empresas nacionais seriam expulsas do mercado, e o Brasil ficaria dependente até da importação de um cartucho de 22. Desta forma, fica mais fácil intimidar e até agredir nosso território, direta ou indiretamente.
Os conceitos de Integração, Soberania e Integridade do Patrimônio Nacional são importantes para serem lembrados por todos nós, brasileiros, devido à insegurança vivenciada, gerada principalmente por pressões externas. Sofremos o risco de serem agravadas as tensões no plano social, com o acirramento e a indução de choques de caráter “racial”, religioso, étnico e até sexual ou de gênero.
As famigeradas ONGs e a mídia internacional, secundada pela mídia nacional, vão procurar jogar católicos contra protestantes e espíritas, brancos contra negros e índios e outros. Seu objetivo é abalar nossa coesão social, para fragilizar-nos.
Absurdas imposições externas e referendadas pelas últimas administrações, como o denominado sistema de “cotas raciais”, começam a criar conflitos antes inexistentes em nosso país.
Quanto à coesão territorial, estão acelerando o processo de demarcação de terras indígenas, para depois preparar o terreno para o “direito dos índios à autodeterminação” e para aplicar o “direito de ingerência dos mais fortes”. Isto lhes possibilitaria retalhar o território brasileiro, em especial a Região Amazônica, dividindo-a em quistos, a serem “protegidos” por uma força internacional de paz. Sob o pretexto de defender os direitos dos índios, pretendem explorar nossas riquezas e recursos naturais.
O revolver de chagas abertas há cerca de 50 anos, abrindo feridas que deveriam estar cicatrizadas, com a Lei da Anistia referendada pelo Supremo Tribunal Federal, por mais motivações que apresentem, representa justamente o desejo do inimigo externo.
Enquanto olhamos pelo espelho retrovisor, digladiando-nos ferozmente por várias razões, algumas justificáveis, outras não, em virtude da parcialidade evidente, dando voz a apenas um dos lados participantes da luta armada no país, os “donos do mundo” enxergam com farol de milha, deleitando-se com nossa divisão interna e avançando sem a devida resistência em nossas riquezas, afrontando nossa soberania.
O momento é de União. O passado foi-se. Nossos descendentes dependem daquilo que conseguirmos legar para eles. Sequer temos um Projeto Nacional de Desenvolvimento. Chega de ódio e sentimento de vingança! Houve excessos de ambos os lados e, em nome do futuro, devemos lutar ombro a ombro contra as formidáveis ameaças existentes ao nosso Progresso.
Marcos Coimbra - Conselheiro diretor do Cebres, titular da Academia Brasileira de Defesa e da Academia Nacional de Economia e autor do livro Brasil Soberano.
FONTE: Monitor Digital via Resenha do Exército

Copiado de Forças Terrestres

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Wikileaks revela gravíssima sabotagem dos EUA contra Brasil com aval de FHC

Telegramas revelam intenções de veto e ações dos EUA contra o desenvolvimento tecnológico brasileiro com interesses de diversos agentes que ocupam ou ocuparam o poder em ambos os países

wikileaks tecnologia sabotagem brasil

Os telegramas da diplomacia dos EUA revelados pelo Wikileaks revelaram que a Casa Branca toma ações concretas para impedir, dificultar e sabotar o desenvolvimento tecnológico brasileiro em duas áreas estratégicas: energia nuclear e tecnologia espacial. Em ambos os casos, observa-se o papel anti-nacional da grande mídia brasileira, bem como escancara-se, também sem surpresa, a função desempenhada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, colhido em uma exuberante sintonia com os interesses estratégicos do Departamento de Estado dos EUA, ao tempo em que exibe problemática posição em relação à independência tecnológica brasileira. Segue o artigo do jornalista Beto Almeida.
O primeiro dos telegramas divulgados, datado de 2009, conta que o governo dos EUA pressionou autoridades ucranianas para emperrar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes Cyclone-4 – de fabricação ucraniana – no Centro de Lançamentos de Alcântara , no Maranhão.

Veto imperial

O telegrama do diplomata americano no Brasil, Clifford Sobel, enviado aos EUA em fevereiro daquele ano, relata que os representantes ucranianos, através de sua embaixada no Brasil, fizeram gestões para que o governo americano revisse a posição de boicote ao uso de Alcântara para o lançamento de qualquer satélite fabricado nos EUA. A resposta americana foi clara. A missão em Brasília deveria comunicar ao embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que os EUA “não quer” nenhuma transferência de tecnologia espacial para o Brasil.

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“Queremos lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem ao estabelecimento de uma plataforma de lançamentos em Alcântara, contanto que tal atividade não resulte na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil”, diz um trecho do telegrama.
Em outra parte do documento, o representante americano é ainda mais explícito com Lokomov: “Embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil”.

Guinada na política externa

O Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA (TSA) foi firmado em 2000 por Fernando Henrique Cardoso, mas foi rejeitado pelo Senado Brasileiro após a chegada de Lula ao Planalto e a guinada registrada na política externa brasileira, a mesma que muito contribuiu para enterrar a ALCA. Na sua rejeição o parlamento brasileiro considerou que seus termos constituíam uma “afronta à Soberania Nacional”. Pelo documento, o Brasil cederia áreas de Alcântara para uso exclusivo dos EUA sem permitir nenhum acesso de brasileiros. Além da ocupação da área e da proibição de qualquer engenheiro ou técnico brasileiro nas áreas de lançamento, o tratado previa inspeções americanas à base sem aviso prévio.
Os telegramas diplomáticos divulgados pelo Wikileaks falam do veto norte-americano ao desenvolvimento de tecnologia brasileira para foguetes, bem como indicam a cândida esperança mantida ainda pela Casa Branca, de que o TSA seja, finalmente, implementado como pretendia o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas, não apenas a Casa Branca e o antigo mandatário esforçaram-se pela grave limitação do Programa Espacial Brasileiro, pois neste esforço algumas ONGs, normalmente financiadas por programas internacionais dirigidos por mentalidade colonizadora, atuaram para travar o indispensável salto tecnológico brasileiro para entrar no seleto e fechadíssimo clube dos países com capacidade para a exploração econômica do espaço sideral e para o lançamento de satélites. Junte-se a eles, a mídia nacional que não destacou a gravíssima confissão de sabotagem norte-americana contra o Brasil, provavelmente porque tal atitude contraria sua linha editorial historicamente refratária aos esforços nacionais para a conquista de independência tecnológica, em qualquer área que seja. Especialmente naquelas em que mais desagradam as metrópoles.

Bomba! Bomba!

O outro telegrama da diplomacia norte-americana divulgado pelo Wikileaks e que também revela intenções de veto e ações contra o desenvolvimento tecnológico brasileiro veio a tona de forma torta pela Revista Veja, e fala da preocupação gringa sobre o trabalho de um físico brasileiro, o cearense Dalton Girão Barroso, do Instituto Militar de Engenharia, do Exército. Giráo publicou um livro com simulações por ele mesmo desenvolvidas, que teriam decifrado os mecanismos da mais potente bomba nuclear dos EUA, a W87, cuja tecnologia é guardada a 7 chaves.
A primeira suspeita revelada nos telegramas diplomáticos era de espionagem. E também, face à precisão dos cálculos de Girão, de que haveria no Brasil um programa nuclear secreto, contrariando, segundo a ótica dos EUA, endossada pela revista, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, firmado pelo Brasil em 1998, Tal como o Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA, sobre o uso da Base de Alcântara, o TNP foi firmado por Fernando Henrique. Baseado apenas em uma imperial desconfiança de que as fórmulas usadas pelo cientista brasileiro poderiam ser utilizadas por terroristas , os EUA, pressionaram a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que exigiu explicações do governo Brasil , chegando mesmo a propor o recolhimento-censura do livro “A física dos explosivos nucleares”. Exigência considerada pelas autoridades militares brasileiras como “intromissão indevida da AIEA em atividades acadêmicas de uma instituição subordinada ao Exército Brasileiro”.
Como é conhecido, o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, vocalizando posição do setor militar contrária a ingerências indevidas, opõe-se a assinatura do protocolo adicional do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que daria à AIEA, controlada pelas potências nucleares, o direito de acesso irrestrito às instalações nucleares brasileiras. Acesso que não permitem às suas próprias instalações, mesmo sendo claro o descumprimento, há anos, de uma meta central do TNP, que não determina apenas a não proliferação, mas também o desarmamento nuclear dos países que estão armados, o que não está ocorrendo.

Desarmamento unilateral

A revista publica providencial declaração do físico José Goldemberg, obviamente, em sustentação à sua linha editorial de desarmamento unilateral e de renúncia ao desenvolvimento tecnológico nuclear soberano, tal como vem sendo alcançado por outros países, entre eles Israel, jamais alvo de sanções por parte da AIEA ou da ONU, como se faz contra o Irã. Segundo Goldemberg, que já foi secretário de ciência e tecnologia, é quase impossível que o Brasil não tenha em andamento algum projeto que poderia ser facilmente direcionado para a produção de uma bomba atômica. Tudo o que os EUA querem ouvir para reforçar a linha de vetos e constrangimentos tecnológicos ao Brasil, como mostram os telegramas divulgados pelo Wikileaks. Por outro lado, tudo o que os EUA querem esconder do mundo é a proposta que Mahmud Ajmadinejad , presidente do Irà, apresentou à Assembléia Geral da ONU, para que fosse levada a debate e implementação: “Energia nuclear para todos, armas nucleares para ninguém”. Até agora, rigorosamente sonegada à opinião pública mundial.

Intervencionismo crescente

O semanário também publica franca e reveladora declaração do ex-presidente Cardoso : “Não havendo inimigos externos nuclearizados, nem o Brasil pretendendo assumir uma política regional belicosa, para que a bomba?” Com o tesouro energético que possui no fundo do mar, ou na biodiversidade, com os minerais estratégicos abundantes que possui no subsolo e diante do crescimento dos orçamentos bélicos das grandes potências, seguido do intervencionismo imperial em várias partes do mundo, desconhecendo leis ou fronteiras, a declaração do ex-presidente é, digamos, de um candura formidável.
São conhecidas as sintonias entre a política externa da década anterior e a linha editorial da grande mídia em sustentação às diretrizes emanadas pela Casa Branca. Por isso esses pólos midiáticos do unilateralismo em processo de desencanto e crise se encontram tão embaraçados diante da nova política externa brasileira que adquire, a cada dia, forte dose de justeza e razoabilidade quanto mais telegramas da diplomacia imperial como os acima mencionados são divulgados pelo Wikileaks.

Postado em: 23 fev 2011 às 18:22 em Pragmatismo Político

Comentário do Ravengar: Desde Henry Kissinger, que declarou publicamente que "não permitiria um novo Japão ao sul do Equador", se sabe que os EUA brincam de amiguinhos do Brasil pela frente, e fazem de tudo para nos manter eternamente submissos a seus interesses pelas costas. Mesmo o mais pró-América sabe que isso é a mais pura verdade. Todos sabem que, no continente, o Brasil é o único que pode peitar a Grande Águia do Norte. Mas não o faz. Por medo, por comodismo, por inocência... Por vários motivos.

Ainda temos muita tecnologia norte-americana em nossos serviços essenciais. Os processadores, se não são Intel, são AMD. Uma canetada e o Brasil volta ao tempo pré-1940, com as sanções. E muito do que está nas mãos dos nossos defensores, se não vem dos EUA, vem de Israel, que é uma sucursal dos EUA no Oriemte Médio. Imagine a Embraer, a jóia da coroa nacional, impedida de rechear seus aviões com componentes americanos que garantem a qualidade e o sucesso dos E-Jets e da maior ousadia da empresa, o KC-390. Seria o fim da terceira maior empresa aeronáutica do mundo, e uma perda irreparável para o Brasil. Turbinas, ou são americanas, ou inglesas, ou multinacionais com pesada participação americana e/ou inglesa. Nossa frota seria toda modificada com turbinas russas e ucranianas. E as empresas aéreas perderiam prestígio, seriam tão recomendadas quanto algumas aéreas africanas.

Ainda não temos nosso satélite no espaço. Tínhamos o Brasilsat-1, mas eram idos os tempos de FHC... Foi vendido para a Star One. E é a Star One que controla todo o tráfego via satélite no Brasil - Inclusive das rádios e TVs que tocam a mídia no país - e também todas as comunicações estratégicas dos nossos militares passam pelo ex-Brasilsat-1. E isso, sem medo de dizer, é uma AFRONTA!

A aliança BRICS, que não sei direito de que natureza se trata, é uma aliança que devia ser melhor explorada para se garantir a independência dos EUA, no entanto, sem cair na dependência dos outros países. China possui - E COMO possui - tecnologia, Rússia possui tecnologia, em especial no setor de defesa - Brasil está se rearmando com os russos - , a África do sul está se rearmando, e estamos desenvolvendo armamento com os sul-africanos, e a Índia pode fornecer os cérebros que precisamos até que possamos cultivar os nossos próprios - Ou trazer os nossos de volta - e criarmos tecnologia independente para peitarmos a Águia do Norte.

Será que a Embraer está pensando em uma estratégia de mercado que visa substitutivos para material americano?

Agora, sabemos por que os EUA querem a cabeça de Julian Assange. E o lance de Boston, acreditam mesmo que foi uma ideia aloprada de dois irmãos chechenos sem nada na cabeça?

sábado, 9 de março de 2013

A História Secreta da Invasão de Roraima

FONTE: http://www.alertatotal.blogspot.com

Por Izidro Simões

No momento em que tanto se fala da cobiça internacional sobre a Amazônia, da ação de ONGs de todos os tipos agindo livremente na região Norte, de estrangeiros vendendo pedaços da nossa floresta, da encrenca que está sendo a homologação da Raposa/Serra do Sol, de índios contra índios, de índios contra não-índios, das ações ou omissões da Funai, do descontentamento das Forças Armadas com referência os rumos políticos que estão sendo dados para esta quase despovoada mas importantíssima parte das fronteiras da nação, é mais do que preciso falar quem sabe, quem conhece, quem vivencia ou quem tenha alguma informação de importância.

Assim sendo, para ficar registrado e muito bem entendido, vou contar um acontecimento de magna importância, especialmente para Roraima, e do qual sou testemunha ocular da História.
Corria o ano de 1993 – portanto, já fazem 15 anos. Era governo de Itamar Franco e as pressões de alguns setores nacionais e vários internacionais, para a homologação da Raposa/Serra do Sol, eram fortes e estavam no auge. Tinha-se como certíssimo de que Itamar assinaria a homologação.

Nessa época, eu era piloto da empresa BOLSA DE DIAMANTES, que quinzenalmente enviava compradores de pedras preciosas para Uiramutã, Água Fria, Mutum e vizinhanças.
No dia 8 de setembro de 1993, aí pelas 17:00, chegamos em Uiramutã, e encontramos a população numa agitação incomum, literalmente aterrorizada. Dizia-se por toda parte, que Uiramutã ia ser invadida, que havia muitos soldados "americanos", já vindo em direção à localidade.

A comoção das pessoas, a agitação, o sufoco eram tão grandes que me contaminou, e fui imediatamente falar com o sargento PM que comandava o pequeníssimo destacamento de apenas quatro militares, para saber se ele tinha conhecimento dos boatos que circulavam, e respondeu-me que sabia do falatório. Contou-me então que o piloto DONÉ (apelido de Dionízio Coelho de Araújo), tinha passado por Uiramutã com seu avião Cessna PT-BMR, vindo da cachoeira de ORINDUIKE, no lado brasileiro, (que os brasileiros erradamente chamam de Orinduque), contando para várias pessoas, que havia um acampamento enorme, com muitos soldados na esplanada no lado da Guiana, na margem do rio Maú, nossa fronteira com aquele país.

Aventei a necessidade de que o sargento, autoridade policial local, fosse ver o que havia de fato e falei com o dono da empresa, que aceitou, relutante e receioso, emprestar o avião para o sargento. Como, entretanto, o sol já declinava no horizonte, combinamos o vôo para a manhã seguinte.

Muito cedo, o piloto Doné e seus passageiros, que tinha ido pernoitar na maloca do SOCÓ, pousaram em Uiramutã. Eu o conheci nessa ocasião, e pude ouvir dele um relato. Resumindo bastante, contou que na Guiana havia um grande acampamento militar e que um avião de tropas estava trazendo mais soldados para ali.

Estávamos na porta da Delegacia, quando chegou uma Toyota do Exército, com um capitão, um sargento e praças.,vindos do BV 8. Ele ia escolher e demarcar um local para a construção do quartel de destacamento militar ali naquela quase deserta fronteira com a Guiana. BV 8 é antigo marco de fronteira do Brasil com a Venezuela, onde há um destacamento do Exército, na cidade de Pacaraima. Muito interessado e intrigado com o fato, resolveu ir conosco nesse vôo.

O capitão trazia uma boa máquina fotográfica e emprestei a minha para o sargento. O vôo foi curto, apenas seis minutos. Demos tanta sorte, que encontramos um avião para transporte de tropas, despejando uma nova leva de soldados, no lado guianense. Voando prá lá e prá cá, só no lado brasileiro, os militares fotografavam tudo, e o capitão calculou pelo número de barracas, uns 600 homens, até aquele momento.

Fiz diversas idas e vindas e, numa delas vi o transporte de tropas decolando e virando para a esquerda. Exclamei para o capitão: eles vem pra cima de nós! Como é que você sabe? Perguntou. Viraram para a esquerda, que é o lado do Brasil e, não da Guiana, respondi. Girei imediatamente a proa para Uiramutã e, ao nivelar o avião, o capitão me disse muito sério: estamos na linha de tiro deles! Foi então que olhando para a direita, vi à curta distância e, na porta lateral do transporte, um soldado branco, com um fuzil na mão.

Confesso que foi um grande susto! O coração parecia-me bater duas e falhar uma. Quem conhece a região, sabe que ali naquela parte, o Maú é um rio muito sinuoso. Enfiei o avião fazendo zig-zag nesses meandros, esperando conseguir chegar em Uiramutã. Se atiraram, não ficamos sabendo, mas após o pouso, havia muita gente na pista, que fica juntinho das casas. Agitadas, contaram que aquele avião tinha girado duas vezes sobre nós e a cidade, tomando rumo de Lethen, na Guiana, onde há uma pista asfaltada, defronte de Bomfim, cidade brasileira na fronteira.

Com esse fato, angustiou-se mais ainda a população, na certeza de que a invasão era iminente. O capitão determinou ao sargento e a mim, que fizessemos imediatamente um relatório minucioso, para ser envido ao comando da PM, em Boa Vista e partiu acelerado de volta ao pelotão de fronteira no BV 8.

Na delegacia, o sargento retirou o filme da minha máquina fotográfica, para enviar ao seu comando e eu datilografei um completo relatório que ele colocou em código e transmitiu via rádio para Boa Vista. Naquela época, o chefe da S2 da PM ( Seção de Inteligência), era o major Bornéo.
Uns quatro dias depois que cheguei desse giro das compras de diamantes, tocou a campainha da minha casa, um major do Exército.

Apresentou-se e pediu-me para ler um papel, que não era outro, senão aquele mesmo que eu datilografara em Uiramutã , e do qual o comando da PM enviara cópia para o comando do Exército em Boa Vista. Após ler e confirmar que era aquilo mesmo, pediu-me para assinar, o que fiz. Compreendi que tinha sido testemunha de algo grande, maior do que eu poderia imaginar, e pedi então ao major, para dizer o que estava acontecendo, uma vez que parte daquilo eu já sabia. Concordou em contar, desde que eu entendesse bem que aquilo era absolutamente confidencial e informação de segurança nacional. Concordei.

Disse o major, que a embaixada brasileira em Georgetown tinha informado ao Itamarati, que dois vasos de guerra, um inglês e outro, americano, haviam fundeado longe do porto, e que grandes helicópteros de transporte de tropas, estavam voando continuamente para o continente, sem que tivesse sido possível determinar o local para onde iam e o motivo.

Caboclos guianenses (índios aculturados) tinham contado para caboclos brasileiros em Bomfim, cidade de Roraima na fronteira, terem os americanos montado uma base militar logo atrás da grande serra Cuano-Cuano, que por ser muito alta e próxima, vê-se perfeitamente da cidade. O Exército brasileiro agiu com presteza, e infiltrou dois majores através da fronteira, e do alto daquela serra, durante dois dias, filmaram e fotografaram tudo. Agora, com os fatos ocorridos em Orinduike, próximo de Uiramutã, nossa fronteira Norte, fechava-se o entendimento do que estava acontecendo.

E o que estava acontecendo? As pressões internacionais para a demarcação da Raposa / Serra do Sol apertavam, na certeza de que o Presidente Itamar Franco assinaria o decreto. Em seguida, a ONU, atendendo aos "insistentes pedidos dos povos indígenas de Roraima", determinaria a criação de um enclave indígena sob a sua tutela, e aí nasceria a primeira nação indígena do mundo. Aquelas tropas americanas e as inglesas, eram para garantir militarmente a tomada de posse da área e a "nova nação".

Até a capital já estava escolhida: seria a maloca da Raposa, estrategicamente localizada na margem da rodovia que corta toda a região de Este para Oeste, e divide geográfica e perfeitamente a região das serras daquela dos lavrados roraimenses – que são os campos naturais e cerrados.

Itamar Franco – suponho – deve ter sido alertado para o tamanho da encrenca militar que viria, e o fato é que, nunca assinou a demarcação.

Nessa mesma ocasião (para relembrar: era começo de setembro de 1993), estava em final de preparativos, o exercício periódico e conjunto das Forças Armadas nacionais, na cidade de Ourinhos, margem do rio Paranapanema, próxima de Sta. Cruz do Rio Pardo e Assis, em São Paulo, e Cambará e Jacarezinho, no Paraná.

Com as alarmantes notícias vindas de Roraima, o Alto Comando das Forças Armadas mudou o planejamento, que passou a chamar-se "OPERAÇÃO SURUMU" e, como já estava tudo engrenado, enviou as tropas para Roraima. Foi assim que à partir da madrugada de 27 de setembro de 1993, dois aviões da VARIG, durante vários dias, Búfalos, Hércules e Bandeirantes despejaram tropas em Roraima. Não cabendo todas as aeronaves militares dentro da Base Aérea, o pátio civil do aeroporto ficou coalhado de aviões militares. Chegaram também os caças e muitos Tucano. Veio artilharia anti-aérea, localizada nas cercanias de Surumu, e foi inclusive expedido um aviso para todos os piloto civis, sobre áreas nas quais estava proibido o sobrevôo, sob risco de abate.

Tendo como Chefe do Comando Militar da Amazônia (CMA), o general de Exército José Sampaio Maia – ex-comandante do CIGS em Manaus, e como árbitro da Operação Surumu, o general de Brigada Luíz Alberto Fragoso Peret Antunes (general Peret), os rios Maú, Uailã e Urariquera enxamearam de "voadeiras" cheias de soldados. Aviões de caça fizeram dezenas de vôos razantes nas fronteiras do Norte. O Exército também participou com a sua aviação de helicópteros, que contou com 350 homens do 1º, 2º e 3º esquadrões, trazendo 15 Pantera (HM-1) e 4 Esquilos, que fizeram um total de 750 horas de vôo. Vieram também cerca de 150 páraquedistas militares e gente treinada em guerra na selva. A Marinha e a Força Aérea contribuíram com um número não declarado de homens, navios e aeronaves.

Dessa maneira, não tendo Itamar Franco assinado o decreto de demarcação da Raposa / Serra do Sol e, vindo essas forças militares para demonstrar que a entrada de soldados americanos e ingleses em Roraima, não seria feita sem grande baixas, "melou" e arrefeceu a intenção internacional de apossar-se desta parte da Amazônia, mas não desistiram.

Decepcionando muito, embora sendo outro o contexto político internacional, Lula fez a homologação dessa área indígena, contestada documentalmente no Supremo Tribunal e, ainda tentou à revelia de uma decisão judicial, retirar "na marra", os fazendeiros e rizicultores ("arrozeiros") dessa área, que como muita gente sabe – inclusive os contrários – tem dentro dela propriedades regularmente documentadas com mais de 100 anos de escritura pública e registro, no tempo em que Roraima nem existia, e as terras eram do Amazonas.

Agora, entretanto, os interesses difusos e estranhos de muitas ONGs, dizem na internet, que esses proprietários são "invasores", quando até o antigo órgão anterior ao INCRA, demarcou e titulou áreas nessa região, e que a FUNAI, chamada a manifestar-se, disse por escrito, que não tinha interesse nas terras e que nelas, até aquela ocasião, não havia índios.

As ONGs continuam a fazer pressão, e convém não descuidar, porque nada indica que vão desistir de conseguir essas terras "para os índios", e de graça, levarem além de 1 milhão e 700 mil hectares – quase o tamanho de Sergipe – tudo o mais que elas tem: ouro, imensas jazidas de diamantes, coríndon, safira de azul intenso, turmalina preta, topázio, rutilo, nióbio, urânio, manganês, calcáreo, petróleo, afora a vastidão das terras planas, propícias à lavoura, área quase do mesmo tamanho onde Mato Grosso planta soja que fez a sua riqueza.

Isso, é o que já sabemos, porque uma parte disso foi divulgada numa pesquisa da CPRM – Cia. de Pesquisa de Recursos Minerais, em agosto de 1988 (iniciada em 1983), chamada de Projeto Maú, que qualifica essa parte da Raposa/Serra do Sol, como uma das mais ricas em diamantes no Brasil, sendo o mais extenso depósito aluvional de Roraima, muito superior ao Quinô, Suapi, Cotingo, Uailã e Cabo Sobral.

Essa pesquisa foi inicialmente conduzida pelo geólogo João Orestes Schneider Santos e, posteriormente, pelo também geólogo, Raimundo de Jesus Gato D´Antona, que foi até o final do projeto, constatando a possibilidade da existência de até mais de 3 milhões de quilates de diamantes e 600 Kg de ouro. Basta conferir a cotação do ouro e diamantes, para saber o que valem aquelas barrancas do rio Mau, só num pequeno trecho.

A "desgraça" de Roraima é ser conhecida internacionalmente na geologia, como a maior Província Mineral já descoberta no planeta. Nada menos que isso!

E o que ainda não sabemos? Essa pesquisa, feita em pouco mais de 100 quilômetros de barranca do rio, cubou e atestou a imensa riqueza diamantífera da área. Entretanto, o Estado de Roraima ainda tem coríndon, manganês, calcáreo e urânio, afora mais de 2 milhões e 100 mil hectares de terras planas agricultáveis, melhores que aquelas onde plantam soja no Mato Grosso.
 
Comentário do Ravengar:  
Não é nenhum segredo que os gringos, em especial os americanos, queiram os recursos minerais, hídricos e biológicos de nossa Bacia Amazônica. Tentaram de todos os subterfúgios para ter acesso à Região Norte, inclusive com missionários ensinando inglês para os índios. Também não é nenhum segredo que as atividades de muitas ONGs na Amazônia são, no mínimo, obscuras. Já foram vistos militares americanos em áreas indígenas, segundo um relatório de quem esteve em Roraima, uns anos depois desse imbróglio postado acima. Não seriam soldados oficiais, mas mercenários da empresa militar que já teve vários nomes, mas muitos conhecem por seu nome mais famoso, Blackwater.

A pergunta é: O que o Brasil está esperando para expulsar, em definitivo, esses PIRATAS de nossa Amazônia?